O meu interesse pelas Letras surgiu por dois caminhos. A leitura através dos diversos livros que meu pai adquiriu sobre os grandes nomes da literatura clássica e da literatura infanto-juvenil. Li praticamente todos durante a minha juventude. Quanto à arte de escrever tenho gratidão pela minha professora de Português do ginásio, não me lembro o nome dela, que praticamente toda semana nos dava um tema de redação para ser desenvolvido. Para muitos  era apavorante, mas eu adorava! As melhores redações, na opinião dela, eram lidas na frente pelos próprios alunos. As minhas  frequentemente eram escolhidas. Eu adquirira o hábito de querer fechar com "chave de ouro" o final com alguma frase que criasse impacto levando o leitor a alguma reflexão. O amor pela poesia surgiu quando meu professor da sexta série, o Zazá, nos dava como tarefa escolher uma poesia e declamar em sala de aula. Eu adorava! Decorava a poesia e a declamava. Tinha a impressão de que ao fazer isto o poema ganhava mais vida. Ao declamá-los parecia que algo dentro de mim se libertava. Cheguei a escrever alguns poemas na época que ficaram perdidos no tempo. Ao fazer cursinho pré-vestibular, meu professor de Literatura, Luiz Carlos  Junqueira Maciel, era fantástico. Dava a impressão que ele incorporava os personagens da obra como se fosse um ator. Eu bebia as suas palavras e ficava triste quando as aulas terminavam. Ficava aquele sabor aguardando as cenas dos próximos capítulos. Nessa época voltei a escrever meus poemas e aprendi através da escrita desabafar comigo mesma. A melhor escuta é você ter ouvidos para si mesmo. Após me aposentar resolvi que iria me tornar escritora e desde então tem sido assim. Me tornei uma tradutora de emoções, pois  quando não estou fotografando, transmito para o papel o meu lado oculto revelando os meus sentimentos não tão transparentes.