A fotografia para mim
Costumo dizer que a fotografia é a minha identidade. É um prazer inexplicável captar algo que desperta a minha sensibilidade. Traduzimos sob a forma de olhares e semblantes toda a magia que paira sobre o ar. São os perfumes da natureza, o espectro do arco-íris, a multiplicidade de formas e a sensibilidade humana. Quando desfocamos das mesmices, as lentes se tornam transparentes e passamos a enxergar vida em vida. Sinto-me atraída pela natureza. É como uma troca de energia, de comunhão. Sinto-me renovada, desperta para novos olhares, um novo sentir. Ao fotografar é como se eu quisesse traduzir, em imagens, um momento de êxtase, que não tem mais volta. É sentir sem desejar. É viver a plenitude do momento e se sentir grata. Fotografar é deixar o espírito a observar. É deixar-se captar pelas lentes da alma. É revelar-se para quem tem a sensibilidade de enxergar um mundo colorido numa realidade transparente. Uma mesma flor em momentos distintos é capaz de provocar um turbilhão de sentimentos assim como a textura de uma árvore. Uma verdadeira obra de arte! Borboletas com simetrias capazes de deixar qualquer matemático intrigado com tamanha perfeição. A hora dourada que como magia colore a mesma paisagem com várias tonalidades. Admirar pássaros circunspectos no seu silêncio. O luar que faz a noite se transformar em poesia. Nuvens que dançam sem compasso. Vales e montanhas que revelam seus segredos. Cachoeiras que cantam ao som das águas. Impossível não se deslumbrar com tamanha beleza e perfeição. Acredito que todos nós possuímos algum meio que sirva de passaporte para o encontro com o Divino. Particularmente, creio que a minha ponte se faz através das artes, em especial, da fotografia.